Trecho extraído do meu livro "o ensino escatológico nas cartas aos Tessalonicenses". Esse trecho foi publicado em forma de artigo na Revista Teologia Brasileira. O livro tem previsão de ser publicado em 2020 pela Editora Reflexão, aguardem!

Introdução
Este artigo se proporá
ao exame de uma das mais importantes e intrincadas passagens das Sagradas
Escrituras: 2 Tessalonicenses 2.1-17. Nela encontra-se a mensagem de Paulo para
anular os efeitos de um falso anúncio de que “o dia do Senhor” já havia chegado: “ὡ ὅτι ἐνέστηκεν
ἡ ἡμέρα τοῦ κυρίου”- (como se tivesse chegado o dia do Senhor).[1] Sobre
os efeitos desse falso anúncio sobre os destinatários da carta Elian Cuvillier
comentou:“ na primeira carta (1 Tessalonicenses 4.13-18) os crentes estão
vivendo a crise da esperança, mas na segunda( 2 Segunda Tessalonicenses 2.1-12) enfrentam uma crise entusiasta”.[2]
Esse desequilíbrio é
destacado por Paulo quando emprega o verbo grego “Σαλεύω”:[3] no grego secular
esse verbo era usado para descrever a “agitação do mar”
o “tremor produzido por um terremoto” e a “ incerteza terrena. Esse verbo também transmitia uma clara visão
do desassossego mental experimentado pelos leitores originais da epístola.
Diante desse quadro era de se esperar que Paulo procurasse orientá-los, e foi o
que ele fez, no entanto seu ensino orientador, constitui-se em uma das peças
literárias mais complexas do Novo Testamento, com muitos termos intrincados
como, por exemplo: “τὸ κατέχον” “aquilo que detém” e “ὁ κατέχων”[4] “o
que detém”. Essas frases enigmáticas serão investigadas nesta pesquisa no
intuito de se saber quais as suas possibilidades identitárias. Além disso, buscar-se-á compreender outros
aspectos do ensino paulino na passagem em questão.[5]
1 SINTAXE COMPLEXA
Uma das grandes
dificuldades para o intérprete de 2 Tessalonicenses 2 é lidar com a sintaxe
complexa do grego dessa passagem, como veremos a seguir.
1.1 O verbo οἲδατε
Se não
bastasse o enquadramento apocalíptico do ensino, a sintaxe usada pelo apóstolo
Paulo nessa passagem é de difícil compreensão e levanta muitos questionamentos.
Como, por exemplo, os destinatários da carta realmente sabiam a identidade de
“τὸ κατέχον” apenas pelo uso paulino do verbo “οἲδατε” (conheceis) na passagem?
A resposta não é fácil porque esse verbo no perfeito do indicativo (voz ativa
da segunda pessoa plural) de “είδω” é usado apenas em tempos passados e nessa
passagem possui uma sintaxe complicada.[6]Não
é possível dizer conclusivamente se ele se refere ao conhecimento recebido.[7]E
muito menos se ele está se referindo à identificação do “τὸ κατέχον”, pois se estivesse, a boa
gramática grega pediria a formulação “τί τὸ κατέχον [εστιν].[8]
Além disso, é possível que “οἴδατε” possa estar nesse contexto se referindo
particularmente ao conhecimento da experiência e não a uma mera identificação.[9]
1.2 O advérbio “νῦν”
Além da dificuldade de se estabelecer a correta sintaxe do verbo οἲδατε, a passagem também não oferece
uma fácil solução para a correta posição de “νῦν” (ora, agora). Esse advérbio tem seu sentido temporal completo de
acordo com a ênfase no contexto sobre o funcionamento vigente do poder da
iniquidade (V.7), no entanto não pode ser simplesmente tomado pertencente a “τὸ
κατέχον”.[10]
Qual é a sua posição sintática então? “Νῦν” deve ser colocado em oposição ao
que o precede “ἔτι ὢν” (ainda estando) ou em contraste com o que segue
“ἀποκαλυφθῆναι αὐτὸν ἐν τῷ ἑαυτοῦ καιρῷ” (ser ele revelado em seu próprio
tempo)?[11]
Estaria “νῦν” introduzindo um novo ponto do argumento?[12]É
difícil responder: os giros linguísticos do apóstolo na passagem são
desconcertantes, ele comunica sua mensagem dando a entender que ela atravessa
três momentos verbais ao mesmo tempo: nos versos 3b e 4 com a frase: “ ὅτι
ἐὰν μὴ ἔλθῃ”- “porque se não vier” ele dá a entender que está falando do
que está por vir (futuro); nos versos
6-7 com a locução: “καὶ νῦν”- “e agora” - chama a atenção para o que está
acontecendo no presente; mas no verso 8 com a expressão “ καὶ τότε”- “e então” temos a passagem do momento de fala
do apóstolo para o futuro.[13]
Por essa razão, alguns autores têm argumentado que à medida que avançamos na
compreensão da relação de sintática do advérbio “νῦν” com outros vocábulos da
passagem, o sentido do texto se torna mais complexo. Por exemplo, se “νῦν”
estiver contrastando com o “ἔτι” (no verso 5) pode-se deduzir que os crentes
tessalonicenses não sabiam exatamente o que Paulo tinha em mente quando usou as
frases: τὸ κατέχον/ ὁ κατεχων.[14]
Eis como certo estudioso colocou esse impasse sintático:[15]
Se “καὶ νῦν” for com “οἴδατε” o significado é “não se lembram de que
quando eu estava com vocês costumava lhes falar estas coisas”? [...] Agora se
“καὶ νῦν” estiver conectado com “τὸ κατέχον” o sentido passa a ser “sabem que
há uma coisa a impedir que isto aconteça por agora”. Ou seja, o que Paulo
ensinou no passado (v.5) serve de base para que eles saibam o que estava
detendo ou impedindo a ação do Perverso
1.3 O advérbio “ἄρτι”
Muitos intérpretes
estão cientes que o grande problema da perícope de 2 Tessalonicenses 2 é o impasse
do “agora” de Paulo. Assim depois
do difícil parecer sobre a posição sintática “νῦν” o próximo passo é
estabelecer a posição sintática do advérbio “ἄρτι” (agora). Esse advérbio de tempo que pode
indicar: (a) passado imediato; (b) presente imediato[16]: é
embaraçoso nessa passagem. Não necessariamente em relação ao seu sentido, mas
porque Paulo o colocou em relação com a frase participial: “ὁ κατέχων” - o que
sugere que “ὁ κατέχων” é similar a “τὸ κατέχον” mesmo que não temos um “τὸ νῦν
κατέχον” ou um “τὸ κατέχον νῦν”.[17]Isso
leva alguns autores a perguntar: será possível que o apóstolo depois de haver
distinguido esses particípios pelo uso dos artigos no neutro (τὸ) e no
masculino (ὁ) estivesse na verdade se referindo à mesma coisa?[18] Poderia o apóstolo estar apresentando seus argumentos iniciais de forma geral
vindo mais à frente caracterizá-los?[19]
Será que “aquilo que detém” é diferente do “aquele” que detém? Ou será
que Paulo falou inicialmente de forma geral e neutra – como também costumamos
fazer em um caso desses – sobre o que detém para somente mais tarde
caracterizá-lo mais precisamente como pessoa, como “aquele que detém agora”?
Acima de tudo: a que ou a quem Paulo se referia concretamente com esse “que
detém”?
1.4 A sintaxe de εἰς τὸ
Um grande
obstáculo para a resolução dos impasses textuais na passagem de 2
Tessalonicenses 2 deve-se também ao fato de não haver em outros textos paulinos
qualquer precedente daquilo que ele escreveu ali. Isso é verdadeiro, sobretudo
em relação a certas construções, como, por exemplo, “εἰς τὸ” (para o). A
suposição de que essa cláusula depende do “κατέχον” tem sérias dificuldades.[20]
Isso porque não existe um precedente
paulino para relacioná-la. Não temos uma construção similar: preposição εἰς + artigo
τὸ + infinitivo ἀποκαλυφθῆναι com um substantivo, ou melhor, com o particípio
substantivado “κατέχον”.[21]
Ao contrário, sempre que Paulo usa uma construção semelhante (preposição +
artigo) ela depende sempre de um verbo mais próximo, é assim, por exemplo, em 2
Tessalonicenses 1.5; 2.1; 2.10; 2.11; 3.9.[22]Dessa
maneira, e considerando o modo regular do uso paulino dessa cláusula, pode-se
supor que “εἰς τὸ” depende não de “κατέχον”, mas do verbo “οἴδατε”.[23]
Essa interpretação é possível, no entanto as imprecisões gramaticais da
passagem não permitem uma opinião conclusiva aqui.[24]
1.5 A sintaxe das
elipses
Um tipo de imprecisão
comum na perícope de 2 Tessalonicenses 2 é a elipse: uma ideia incompleta que
exige que o leitor acrescente o elemento omitido.[25]
Como exemplo de elipse na perícope, pode-se citar a frase “ὅτι ἐάν μή ἔλθῃ” –
(porque se não vier). Nessa frase a apódase é perdida de vista em razão do
comprimento da prótase.[26]
No entanto o sentido aqui parece ser: “porque a parúsia do Senhor não ocorrerá
a menos que venha primeiro à apostasia”.[27]
1.6 A sintaxe dos
Anacolutos
No mesmo nível de
dificuldade interpretativa das elipses estão os anacolutos, isto é, frases nas
quais o pensamento do autor é incompleto. Um exemplo de anacoluto na perícope
de 2 Tessalonicenses 2 é a frase do verso 7: “τὸ γὰρ (....).”[28]
Outro exemplo de frase estranha na passagem é: “ὥστε αὐτόν καθισαι”– “a ponto
de ele assentar-se.”Embora seja muito provável que seu tema derive de Isaías
14.13 e aponte para as investidas do rei da Babilônia (Is. 14.13); e de
Ezequiel 28: o príncipe de Tiro, no contexto da perícope não é possível saber
muita coisa.[29]
Como ficou demonstrado acima a perícope de 2
Tessalonicenses 2 apresenta muitas imprecisões gramaticais e construções
sintáticas difíceis de entender.[30]Provavelmente
essa passagem seja a que apresenta a mais complexa sintaxe grega dos textos
paulinos.[31]
Por tudo isso, a busca pela identidade do Embargante(aquele ou aquilo que
detém) a partir dessa passagem é uma das tarefas mais complicadas para os
estudiosos da escatologia do Novo Testamento.[32]
Não é sem razão que ela contém um dos mais duradouros problemas interpretativos
do corpus paulino.[33] E
mesmo quando se emprega muito esforço para solucioná-lo não se pode ter certeza
que o pensamento de Paulo na passagem foi encontrado.[34]
Talvez o pensamento do apóstolo nessa passagem não fosse estranho somente aos
leitores originais:[35]como
alguns conceitos na passagem parecem confirmar.[36]Diante
desses fatos surge a pergunta: porque o apóstolo em vez de transmitir sua
advertência de forma clara e definitiva preferiu encarná-la num misterioso
quadro apocalíptico que não tem paralelos em outros de seus escritos?[37] A
resposta não aparece facilmente aqui.
2 AS FRASES ENIGMÁTICAS
As frases τὸ κατέχον/ὁ κατέχων são um dos grandes mistérios de Paulo. O particípio neutro “κατέχον” e o masculino “κατέχων” são um dos
problemas mais desconcertantes do Novo Testamento e da escatologia.[38] Defini-los
semântica e exegeticamente é uma tarefa hercúlea. Os particípios “κατέχον” e
“κατέχων” estão no tempo presente da voz ativa de “κατέχω”.[39] Eles são bem conhecidos na
sua semântica.[40] E, também em sua forma intensiva.[41]
O significado de “έχω” pode ser bem explorado na bíblia e em outros
documentos antigos.[42] Por isso, alguns intérpretes
não tiveram dificuldade em encontrar a tradução mais apropriada para “κατέχω”
no contexto de 2 Ts. 2.[43]
2.1 Os significados de κατέχω fora da bíblia
Gerhard Krodel apresentou alguns dos significados para o verbo “κατέχω” em documentos antigos. Ele afirmou
que esse verbo era usado ao se fazer uma reivindicação legal ou imprópria sobre
uma pessoa ou propriedade como, por exemplo, “tomar posse”, “prender”, “confiscar”.[44]
Esse verbo era também usado com respeito à “prisão” por não pagamento de dívida
e também no sentido de “oprimir” como em 1 Macabeus 6.27; no sentido de “dificultar”
como em Gn 24.56; e no sentido de “deter” como em Juízes 13.15. O autor ainda
destacou que o verbo “κατέχω” pode ser sinônimo de “κρατειν”. Além disso, Krodel observou que Isaías 40.22 descreve Deus como
o “ὁ κατέχων.” [45]
2.2 Κατέχω na mitologia
Dibelius encontrou uma explicação para o verbo
“κατέχων” na mitologia egípcia. Ele afirmou que esse verbo
é encontrado em uma oração egípcia em que Horus é invocado como “κατέχων δρακοντα” - (aquele que restringe o dragão);
afirmou também que em um texto de um óstraco havia os seguintes dizeres:
“Cronos, você que refreia (ὁ κατέχων)”.[46]
No entanto das 16 ocorrências desse verbo no Novo Testamento apenas em dois
casos ele tem o sentido de “restringir”, é assim, por exemplo, em: Lucas 4.21 e
em Filemon 13.[47] Mesmo assim “restringir”
tem sido o sentido defendido em muitos léxicos e dicionários de termos gregos
do Novo Testamento. Por exemplo, a tradução “restringir” encontra apoio em
Gerhard Kittel e Gerhard Friedrich,[48]
e também em Johannes P. Louw e Eugene A. Nida.[49]
Edward Robinson destacou que “κατέχω” é provavelmente a tradução que a
Septuaginta faz de אחר em
Gn 24.56.[50]
2.3 Kατέχον / κατέχων
na perspectiva de Peerbolte
L. J.
Lietaert Peerbolte acreditava que a solução identitária de κατέχον / κατέχων
surja à medida que o intérprete assuma uma nova perspectiva ao lidar com a
perícope de 2 Tessalonicenses 2.[51]Para
esse autor a dificuldade interpretativa desses particípios se deve ao fato de
se acreditar que eles estejam se referindo a alguma “coisa” ou a um “ser identificável.”Para
o autor, a mudança desse ponto de vista poderia tornar a leitura dessa passagem
menos embaraçosa. Ele propõe uma leitura do “κατέχον” / “κατέχων” a partir da
perspectiva de 2 Tessalonicenses como uma carta deutero-paulina. Dessa maneira
ele acredita ser possível argumentar que a imprecisão dos termos “κατέχον” /
“κατέχων” fosse intencional, isto é, Paulo não estava querendo se referir a um
objeto: “aquilo”, ou a um ser: “aquele” que pudesse ser identificável. Por
isso, Peerbolte adverte: “todos os que ainda estão procurando identificar o
κατέχον / κατέχων estão sendo enganados pelo autor de 2 Tessalonicenses.”[52]
3 A INTERPRETAÇÃO
Percebeu-se nesta
pesquisa que embora a perícope de 2 Tessalonicenses 2 apresente importantes
informações escatológicas, esse não é o único ponto no ensino paulino na
passagem. Alguns autores defendem inclusive que as questões de natureza
escatológica da passagem teriam sido suscitadas simplesmente por estarem em
conexão com o falso ensinamento que os leitores receberam e que Paulo deveria
rebater. O que o apóstolo faz em uma perspectiva pastoral e não estritamente
escatológica. Dessa maneira, a passagem não pretende fazer conjecturas sobre o
curso dos acontecimentos do tempo final, nem muito menos apresentar uma
contagem regressiva para os últimos dias.[53]O
que Paulo desejava era confortar os fracos de coração que haviam sido
assaltados em suas consciências por um falso ensino sobre “o Dia do Senhor”,
assim:[54]
Ainda quando aborda assuntos específicos
do falso ensino escatológico e conduta indevida de alguns crentes (que deixaram
de trabalhar e viviam na dependência da comunidade) a preocupação que Paulo tem
presente desde os dias que se separou dos tessalonicenses permanecia constante:
animá-los a permanecer fiéis a sua dedicação inicial ao Evangelho
Portanto ao "estudar essa perícope o intérprete deve
se proteger de ficar tão envolvido em dar explicações detalhadas sobre “ὁ ἄνθρωπος
τῆς ἀνομίας”, “ἡ ἀποστασία”, e “κατέχον/κατέχων” a ponto de ignorar ou perder
de vista a maior preocupação da passagem como um todo".[55]
3.1 Delimitação da
perícope
O belo ensino poimênico
confortador na perícope pode ser perdido de vista quando não se delimita
corretamente o seu perímetro sintático. Por isso é importante conhecer o início
e o fim do pensamento do apóstolo na passagem. Nesse caso parece correto
afirmar que seu pensamento se inicia com o vocábulo “Ἐρωτῶμεν”[56]-
“pedimos” (2.1): uma palavra usada ao se fazer um apelo ou pedido (ver:1 Ts
4.1. 5.12; Fl 4.3); e o seu final é marcado pela expressão “τὸ λοιπὸν” “(n) o
mais” (3.1). Além disso, parece estar muito claro que passagem tem três seções
importantes:
A primeira se inicia no verso 1 e vai até o verso
6. E desenvolve quatro temas principais: a parúsia do Senhor (παρουσίας τοῦ κυρίου);
a apostasia (ἡ ἀποστασία); e a revelação do homem da iniquidade (ἀποκαλυφθῆ ὁ ἄνθρωπος
τῆς ἀνομιας) e o dia do Senhor (ἡ ἡμέρα τοῦ κυρίου).
A segunda seção tem início no verso 7 e vai até o
verso 12. Ela trata do mistério do anomos (μυστήριον της ἀνομίας); daquele que
detém (ὁ κατέχων); e da operação do erro entre os que não receberam o amor da
verdade (τέρασιν ψεύδους τοις ἀνθ ὧ τὴν ἀγάπην της ἀληθείας οὐκ ἐδέξαντο εις τὸ
σωθηναι αὐτούς).
A terceira seção tem início no verso 13 e vai ao
verso 17. Ela comporta uma ação de graças (Ἡμεῖς δὲ ὀφειλομεν εὐχαριστεῖν) e
uma exortação final (παρακαλέσαι ὑμῶν τας καρδίας).
Estabelecer o começo e o fim do pensamento paulino
nessa passagem é imprescindível para se perceber todo o ensino do apóstolo ali.[57]Por
isso, não é recomendável parar de ler após o versículo 12, como muitos leitores
infelizmente o fazem, e, em muitos casos influenciados pela tradução da bíblia
que trazem em mãos:[58]
Isso é
compreensível dado o fato de que os editores do texto grego (NA26,
GNT4) e as traduções modernas (por exemplo, KJV, NIV, TNIV, RSV,
NRSV, JB, NLT) começam sempre um novo parágrafo no versículo 13 e
freqüentemente adicionam um título neste ponto sugerindo que uma nova seção da
carta começa ali. A maioria dos comentaristas trata os versículos 1-12 como uma
unidade completa que trata do tópico do Homem da Iniquidade distinto do
material dos versículos 13-17 que trata do tema diferente de ação de graças
para os leitores tessalonicenses, minimizando assim, se não excluindo, qualquer
ligação entre estas duas secções
A interrupção da
leitura no verso 12 faz com que o leitor ignore uma série de indiscutíveis
ligações entre os versículos 1 a 12 com os versos de 13 a 17.[59] E
desse modo acaba não percebendo que Paulo desejava que todo o capítulo dois
fosse lido em conjunto como uma unidade literária.[60]
“O que está em jogo aqui não é uma mera discussão técnica onde a passagem
termina, mas a chave para se compreender o objetivo geral da perícope”:[61]
Se
alguém lê apenas até o versículo 12 a passagem fecha com uma nota de julgamento
para os incrédulos. De fato, os três versículos finais falam de uma maneira
muito séria sobre aqueles que serão destruídos porque não receberam a verdade
para que pudessem ser salvos e de como Deus envia sobre eles uma obra de engano
(...). Se, no entanto, se ler todo o caminho para o versículo 17 a passagem
fecha com uma nota de conforto para os cristãos tessalonicenses (...). Em
contraste com a condenação enfrentada pelos concidadãos incrédulos eles são
confortados pelo conhecimento de que Deus que os elegeu para receberem não
julgamento, mas salvação
3.2 A conexão lógica
Howard Marshall tem
dúvidas se o capítulo 2 de 2 Tessalonicenses deve ser considerado uma só seção:
“parece melhor, no entanto, considerar que os vv. 1-12 formam uma seção de
ensino, visto que o v.13 começa de novo na forma de ações de graça”.[62] No
entanto Weima apresentou bons argumentos em favor de uma dependência lógica dos
versos 1 a 12 com os versos 13 a 17. Ele destacou, por exemplo, um inclusio
verbal entre o verso 2 ("por uma expressão espiritual ou por uma palavra
ou por uma letra supostamente de nós") e o verso 15 ("por uma palavra
ou por uma carta de nós");[63]
apontou uma incorporação temática entre o problema da instabilidade mental
destacada no versículo 2 ("não ser facilmente abalado em mente ou
alarmado") e a solução para isso, tanto no comando do versículo 15
("Fique firme e segure firme !") quanto na oração do versículo 17
(que Jesus e Deus " fortaleçam
vocês). Além de indicar alguns contrastes significativos entre a
descrição dos incrédulos nos versículos 3-12 e a dos crentes tessalonicenses
nos versículos 13-17, etc.[64]Assim
segundo Weima o pensamento do apóstolo
não se encerra no verso 12 mas progride até o verso 17: os versos 13 a 17 fazem
mais sentido quando em conexão com os versículos precedentes (de 1 a 12).
Peter Cousins E. também
percebeu uma conexão entre as duas seções da perícope. Ele argumentou que o
“nós” enfático no verso 13 sugere uma relação com o que foi descrito nos
versículos anteriores.[65]
Portanto a delimitação correta da passagem conduzirá o leitor ao principal
objetivo do ensino de Paulo na passagem, isto é, seu desejo em confortar seu
rebanho e assegurar-lhes que como povo de Deus, não deveria temer a nada.[66]
Assim, na perícope 2
Tessalonicenses 2, o apóstolo repete o que já havia ensinado em 1
Tessalonicenses ( 4.13-18 e 5.11). Ali lidou com questões escatológicas e concluiu
seus argumentos com palavras de conforto:[67]4.13-18
e 5.11.
Se tomada como uma
unidade a perícope de 2 Tessalonicenses 2.1-17 apresentará a seguinte estrutura da passagem:[68]
Relação
estrutural
|
Índice
do tema
|
|
Específico
(neg.)
|
Não preocupem a mente de vocês; não estejam
alarmados com qualquer mensagem sobre “o Dia do Senhor.”
(VV. 1-12)
|
|
Motivos
|
Deus escolheu vocês e elegeu vocês para a
salvação.
(VV.13-14)
|
|
Principal
|
Continuem acreditando no corpo de ensino que vocês
receberam de nós.
(v. 15)
|
|
Meios
|
Oramos
para que o Nosso Senhor Jesus Cristo os encoraje e faça com que vocês
continuem falando e fazendo o que é bom.
(VV.16-17)
|
Portanto,
embora a função imediata de 2 Tessalonicenses 2.3-12 seja corrigir a falsa afirmação
sobre “o Dia do Senhor” seu propósito último deve ser visto à luz da
preocupação de Paulo no segundo capítulo como um todo.[69]
3.3 A necessidade do
ensino pastoral
A necessidade do ensino
pastoral nessa passagem parece evidente visto que os leitores estavam alarmados
e confusos como a frase “Εἰς τὸ μὴ ταχέως σαλευθῆναι ὑμας ἀπο τοῦ νοὸς μηδὲ
θροεῖσθαι” indica. O pior de tudo é que essa condição estava em franco
progresso. A locução “Εἰς τὸ μὴ” - “para não” que é objeto de “Ἐρωτῶμεν” -
“Pedimos” tem dois infinitivos no aoristo o primeiro é: “σαλευθῆναι” (serdes
agitados) que analisa a ação sem referência ao seu progresso ou conclusão. No
entanto o infinito presente “θροεῖσθαι” (serdes perturbados) define a ação como
acontecendo e em progresso. Desse modo com base na qualidade (aspecto) da ação
verbal no grego pode-se propor a seguinte leitura para o verso 2: “Nós pedimos a vocês que não sejam facilmente
desestabilizados e não fiquem em um estado constante de excitação nervosa”.[70]
Reverter o quadro acima
era o objetivo do apóstolo, mas isso não seria nada fácil, pois como demonstra
a frase “σαλευθῆναι ἀπο τοῦ νοὸς” seus leitores haviam sido expulsos de seus
sentidos como navios de suas armações.[71]Foram
afastados de sua ancoragem segura.[72]E
sacudidos por ventos e tempestades, como pode ser inferido pelo uso de “σαλος”
na passagem. Um verbo muito comum na Septuaginta que em seu sentido literal
significa: “movimento produzido por ventos e tempestades”.[73]Isso
deixa claro que a mente dos tessalonicenses ficou perturbada pelo teor da falsa
mensagem. O substantivo “νοὸς” – “mente” indica que os tessalonicenses caíram
em um estado de alarme, agitação e excitação nervosa que como o tempo presente
de “θροεῖσθαι” mostra foi contínuo.[74]
Para alterar esse quadro psicológico Paulo teve que dizer aos tessalonicenses
que a notícia que provocou neles esse distúrbio não era verdadeira. Além disso,
o apóstolo precisou lembrá-los que “o Dia do Senhor” deverá ser precedido de
certos eventos. Por isso na frase “ὅτι ἐὰν
μὴ ἔλθῃ” - “porque se não vier” a conjunção “ὅτι” introduz a razão para
os leitores não permanecerem alarmados.[75]
3.4 O objetivo do
ensino
Paulo sabia que os crentes tessalonicenses não
precisavam de novas informações sobre escatologia, pois já estavam bem
informados sobre essa matéria, como a frase “Οὐ μνημονεύετε” (não vos lembrais de) sugere. Nota-se aqui o uso do
verbo no presente do indicativo ativo introduzido por um advérbio de negação “Οὐ”.
O que significa que o apóstolo estava aguardando uma resposta positiva, que
nesse caso deveria ser: “vocês se lembram, não é verdade”?[76]
Ao se assumir que os tessalonicenses já estavam bem instruídos sobre
temas escatológicos, é preciso se perguntar: que tipo de informação eles então
precisavam receber do apóstolo? Talvez a melhor resposta fosse: “precisavam
ser lembrados que estavam inscritos no plano eterno de Deus”. E a partir dessa
lembrança: receber conforto e estímulo para a ação, o que parece ser indicado
pela expressão: ἄρα οὔν – (assim, pois).[77]
Aqui é importante
manter em mente que os tessalonicenses eram crentes novos na fé, uma
congregação jovem, que estava abalada por uma falsa afirmação sobre “o Dia do
Senhor”. Era, portanto necessário que o apóstolo Paulo buscasse fortalecê-los
por meio de um sólido ensino teológico que os levassem a refletir sobre a
posição deles diante de Deus. Por essa razão o apóstolo os conduz à reflexão
sobre a eleição e o amor divino, dos quais eles foram alvos: os tessalonicenses
foram escolhidos por Deus para a salvação, e eram amados por Ele. O apóstolo
usou o particípio perfeito passivo “ἠγαπήμένοι” para enfatizar o estado
contínuo desse amor.[78]Dessa
maneira, os tessalonicenses deveriam consolar os corações uns dos outros, como
o verbo “παρακαλέσαι” no aoristo optativo ativo deixa claro. Eles receberam uma
consolação eterna e uma boa esperança.[79]
Assim as palavras de ordem do apóstolo para os seus leitores foram: “στηκετε” –
“ficai firme”[80]:
aqui Paulo usa o imperativo ativo; e
“κρατειτε” – “guardai” também um verbo no imperativo.[81]
Conclusão
Depois de
seguir a rota discriminada acima, esta pesquisa constatou não ser possível
afirmar conclusivamente a identidade do Embargante: κατέχον/κατέχων. Isso
porque a gramática da perícope é irregular e possui uma sintaxe difícil de
entender. No entanto, outro aspecto do ensino paulino nessa passagem parece ter
ficado muito claro, a saber, que o propósito de Paulo não era predizer, mas confortar. A temática escatológica
surgiu apenas por estar relacionada com o falso ensino disseminado entre os
leitores. Essa constatação parece ficar evidente quando se delimita
corretamente a extensão do pensamento paulino na passagem.
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[1] Paulo usa
aqui o perfeito do indicativo da voz ativa de “ἐνίστημι” - “tivesse chegado”,
cf. ROBINSON, Edward. Léxico Grego do
Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.317. Ver também: ROBERTSON, A.T. Comentario
al texto griego do Nuevo Testamento. Obra Completa (6 tomos en 1).
Barcelona: Editorial Clie, 2003, p.535.
[2] Cuvillier está escrevendo em francês e nessa
língua “enthousiaste” pode significar também “alvoroço, frenesi”, cf. AVOLIO,
Jelssa Ciardi; FAURY, Mára Lucia. Michaelis: dicionário escolar francês: francês-português. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2002, p.102. Ver também: CUVILLIER, Elian. De La crise de l’ esperance à La crise enthousiaste: une lecture de 1
Th 4.13-18 et de 2Th 2.1-12. In: Bulletin de Littérature Ecclésiastique, 112, no 1
Jan-Mar./ 2011, p.41 e 49.
[3] KITTEL, Gerhard; FRIEDRICH, Gerhard; GEOFFREY,
W. Bromiley. Compendio del Diccionario Teológico del Nuevo Testamento. Michigan: Libros Desafío, 2002, p.772.
[4] COPPENS,
Joseph. Les deux obstacles au retour
glorieux Du saveur. In: Ephemerides Theologicae Lovanienses, 46 no 3-4
Nov./ 1970, p.386.
[5] Uma boa maneira de se iniciar essa
investigação é delimitando corretamente o final da perícope, cf. WEIMA,
Jeffrey. A. D. The
slaying of the Satan’s superman and the sure salvation of the saints: Paul’s
Apocalyptic Word of comfort (Thessalonians 2.1-17). In: Calvin Theological
Journal, 41, 2006, p.69-73.Ver também: FRAME, James Everett. The International Critical Commentary A
Critical and Exegetical Commentary on the Epistles of St. Paul To The
Thessalonians. London: T.&T. Clark, Edinburgh, 1912, p.220.
[6] WIGRAM, George V.; GREEN, Jay P. The New Englishman’s Greek Concordance and. [s.l.], 1982,
p.2009. Ver também: FRIBERG, Barbara; FRIBERG, Timothy. O Novo Testamento Grego Analítico. São Paulo: Vida Nova, 1987,
p.630.
[7] Possivelmente
um conhecimento conceitual, cf. NICHOLL,
Colin. Michael the Restrainer removed (2
Thess 2.6-7). In: The Journal of Theological Studies, ns 51 no 1 Apr./
2000, p.27.
[8] Cf. BROWN,
E. Raymond; FITZMYER, Joseph A.; MURPHY, Roland E. (eds.). Nuevo Comentario Bíblico San Jerónimo. Nuevo Testamento y artículos
temáticos. Navarra: Editorial verbo Divino, 2004, p.426.
[9] BROWN; FITZMYER; MURPHY, 2004, p.426.
[10] MILLIGAN, George.
St Paul'l Epistles to the Thessalonians the Greek Text with Introduction and Notes.
London: Macmllan and Co., Limited St.
Martin's Street, 1908, p.100-101.
[12] RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave
Linguística do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida Nova, 1985, p.451.
[15] OMANSON,
Roger L. Variantes textuais do
Novo Testamento. Análise e avaliação do aparato crítico de “O Novo
Testamento Grego. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010, p.445.
[16] WIGRAM;
GREEN, 1982, p.92. Ver também: MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p.59.
[17] FRAME, 1912,
p.259.
[18] Frame sugere que “τὸ κατέχον”
fosse à descrição de uma figura definida e conhecida cuja atividade “κατέχειν”
estava em progresso no tempo Paulo, cf. FRAME, 1912, p.259.
[19] BOOR,
Werner de. Cartas aos Tessalonicenses- (2 Tessalonicenses). Comentário
Esperança. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 2007, p.122.
[20]
DIXON, Paul S. The evil restraint in 2
Thess 2.6. In: Jounal of
the Evangelical Theological Society, 33/4, 1990, p.446-447.
[21] DIXON, 1990, p.446-447.
[22] DIXON, 1990, p.447.
[23]
DIXON, 1990, p.447.
[24]
PEERBOLTE, L.J. Lietaert. The
katechon/ katechõn of 2 Ts 2.6-7. In: Novum Testamentum, 39, no 2 Apr./1997,
p.139. Ver também: THIELMAN, Frank. Teología del Nuevo Testamento. Miami:
Editorial Vida, 2006, p.210.
[25]
KÖSTENBERGER, Andreas J.; PATTERSON, Richard D. Convite à Interpretação Bíblica: a tríade hermenêutica. São Paulo: Vida
Nova,2015,p.550.
[26]
Para informações sobre apódase e protáse, cf. WALLACE, 2009, p.684.
[27]
MILLIGAN, 1908, p.98.
[28]
COPPENS, 1970, p.383-389. Para mais informações sobre anacoluto, cf. KÖSTENBERGER;
PATTERSON, 2015, p.552.
[29] FRAME, 1912, p.256.
[30] CARSON, 2009, p.1936.
[31] LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo:
Hagnos, 2003, p.747.
[32] POWELL, Charles E. The identity of the “restrainer” in 2
Thessalonians 2.6-7. In: Biblioteca Sacra, 154, 1997, p.320.
[33] NICHOLL, Colin. Michael, the Restrainer removed (2 Thess
2.6-7). The Journal of
Theological Studies, ns 51 no 1 Apr./ 2000, p.27.
[34] AGOSTINHO, Santo. La ciudad de Dios. Obras Completas.
Versión española online disponível em:
<http://www.augustinus.it/spagnolo/cdd/index2.htm>.
Acesso em: 05 de abri.2014.
[35] TONSTAD, Sigve. The restrainer
removed: a truly alarming thought (2 Thess 2.1-12). In: Horizons in
Biblical Theology, 29 no 2, 2007, p.137.
[36] Ibid.
[38] POWELL, 1997, p.320.
[39] ROBINSON, 2012, p.491.
[40] HAUBECK, Wilfrid; SIEBENTHAL, Heinrich
Von. Nova Chave linguística do Novo Testamento Grego: Mateus-
Apocalipse. São Paulo: Targumim: Hagnos, 2009,
p.1155.
[41] ROBINSON,
2012, p.491.
[42] MILLIGAN, 1908, p.155.
[43] HENDRIKSEN, William.
Comentário 1 e 2 Tessalonicenses, Colossenses e Filemon. Cultura Cristã, 2007, p.145-146.
[44] KRODEL, Gerhard. The ‘Religious
Power of lawlessness’ (kratechon) as precusor of the ‘lawless one’ (anomos) 2
Thess 2.6-7. In: Currents in Theology and Mission, 17, no 6, Dez./ 1990,
p.440-442.
[45] KRODEL, 1990, p.440-442.
[46] KRODEL, 1990, p.440-442.
[48] KITTEL, Gerhard;
FRIEDRICH, Gerhard. O Compendio del Diccionario Teológico del Nuevo
Testamento. Grand Rapids: Libros
Desafío, 2002, p. 227.
[49] LOUW,
Johannes; NIDA, Eugene. Léxico
Grego-Português do Novo Testamento. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil,
2013, p.149.
[50] ROBINSON, 2012, p. 491.
[51] PEERBOLTE, L.J. Lietaert. The katechon/ katechõn of 2 Ts 2.6-7. In: Novum
Testamentum, 39, no 2 Apr./ 1997, p.139.
[52]
PEERBOLTE, 1997, p.139.
[54] THIELMAN, Frank. Teología del Nuevo Testamento. Grand
Rapids: Editorial Vida, 2006, p.208.
[55]
WEIMA, 2006, p.73.
[56]
WEIMA, 2006, p.70.
[57]
WEIMA, 2006, p.70.
[61]
WEIMA, 2006, p.71.
[62] MARSHALL,
I. Howard. I e II Tessalonicenses:
Introdução e Comentário. Cidade Dutra: Mundo Cristão, 1984, p.218.
[63] WEIMA, 2006,
p.71-72.
[64] WEIMA, 2006,
p.71-72.
[65] BRUCE, F. F.
Comentário Bíblico NVI. Antigo e
Novo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2008,
p.2043-2044.
[66] NEIL, William. The epistle of
Paul to the Thessalonians. The Moffatt New Testament Commentary. London:
Hodder and Stoughton, 1950, p.179-180.
[67] WEIMA, 2006, p.85.
[68] Cf. POWELL, 1997, p.321-322.
[69] WEIMA, 2006,
p.85
[70] FRAME, 1912,
p.245.
[71]
FRAME, 1912, p.245.
[72] MILLIGAN, 1908, p.96.
[73] MILLIGAN,1908, p.96
[74] FRAME, 1912, p.245.
[75] FRAME, 1912,p.250.
[76] RIENECKER, Fritz; ROGERS, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego.
São Paulo:Vida Nova, 1985, p.451.
[77] JAMIESON, Roberto; FAUSSET,
A.R; BROWN, David. Comentario exegetico
y explicativo de la Biblia – Tomo II: el Nuevo Testamento. El Paso:Casa
Bautista de Publicaciones, 2002, p.603.
[78] RIENECKER; ROGERS, 1985, p.452.
[79]
WEIMA, 2006, p.85-87.
[80]
WIGRAM; GREEN, 1982, p.801.