
INTRODUÇÃO
Desde que Robert Lowth, um estudioso da Universidade
de Oxford proferiu em 1753 suas memoráveis palestras sobre poesia hebraica, o
interesse por esse tema só fez aumentar.[1] George
Buchanan Gray[2]
destacou que as duas contribuições de Lowth para o estudo da poesia hebraica “foram
sua análise da sua estrutura paralela e o que destaque que deu da sua extensão
no Antigo Testamento”. Infelizmente uma análise detalhada de todos os textos
poéticos do Antigo Testamento ainda não pode ser realizada.[3] Mesmo
assim é possível empreender um estudo minimamente proveitoso desse gênero
literário. E, é isso que pretende este artigo. Esta pesquisa buscará descrever
algumas características básicas da poesia bíblica hebraica.
Uma
língua poética
Hassel C. Bullock comentou que a língua hebraica tem
uma qualidade musical intrínseca que naturalmente suporta a expressão poética:
“é basicamente uma língua de verbos e substantivos e estes são os blocos de
construção da poesia hebraica”.[4] O
autor também destacou que embora não existam regras estritas de rima e métrica,
a linguagem poética depende muito do estresse ou do acento por sua qualidade
rítmica. Além disso, a imensa força de seu sotaque lhe dá um movimento rítmico
que perdemos em línguas que têm um estresse menor. “A escassez de adjetivos
aumenta a dignidade e a impressividade do estilo, e a ausência de um grande
estoque de termos abstratos leva o poeta a usar imagens e metáforas em seu
lugar”.[5]
Beleza
e utilidade
Robert Lowth ensinou que a utilidade é o objetivo
final da poesia e o prazer o meio pelo qual esse fim pode ser efetivamente
cumprido.[6] Nesse
espírito ele declarou: “Eu, portanto, estabeleço como uma máxima fundamental que
a poesia é útil, principalmente porque é agradável (...) os escritos dos poetas
são mais úteis do que os do filósofo, na medida em que são mais agradáveis”.
Realmente esse recurso
linguístico é muito importante na medida em que revela o esforço que os seres
humanos fazem para explorar e compreender palavras e sentimentos. Além disso, por
meio da poesia o ser humano consegue dá forma e significado às suas
experiências, pois ela permite que ele se mova com confiança no mundo
conhecido, mas também que o ultrapasse.[7]
Não bastasse isso, a poesia permite expressar sentimentos e emoções por meio de
imagens compreensíveis. Ao lermos Cantares, por exemplo, só conseguimos
capturar a beleza do amor apaixonado descrito ali, porque o autor resolveu
descrevê-lo em linguagem poética.[8]
Paralelos
Desde a descoberta dos textos ugaríticos em 1929 (e
nos anos subsequentes) houve uma intensa discussão sobre a poesia de Ugarit e
aquela encontrada no Antigo Testamento.[9]A descoberta
desses textos revelou que os antigos vizinhos de Israel usavam a poesia como um
recurso literário importante. A comparação desses achados com textos da bíblia
hebraica tornou possível anuir o uso da poesia como um recurso literário bem
explorado pelos autores bíblicos. Igualmente, os textos poéticos ugaríticos passaram
a funcionar como uma referência para o estudo da poesia hebraica bíblica.[10] Isso
porque o ugarítico está intimamente relacionado com o hebraico, muito mais
próximo do que o acadiano.[11]
Arte
antiga
Os tabletes ugaríticos foram datados pelos
arqueólogos entre os anos 1600 e 1200 a.C (a segunda data é determinada pela
invasão dos povos do mar que saquearam a cidade).[12] Acredita-se
que os textos literários foram escritos próximos dos anos 1400-1350 a.C.[13] O
principal material poético daqueles tabletes compreendia: (1) o Ciclo de Baal
(uma série de episódios contando as aventuras de Baal); (2) as lendas de Keret
e Aqhat (ambos, heróis humanos); (3) a história de Dawn, "Dusk" e as núpcias
de Nikkal. Essas estórias compreendiam cerca
de 4.000 linhas de versos (muitos dos quais são repetições literais das mesmas
linhas).[14]
Embora datando em forma escrita por volta do século XIV a.C., as próprias
composições são provavelmente muito anteriores.[15] Elas
teriam circulado pela primeira vez em forma oral, e, portanto, em várias
versões diferentes, logo depois tomaram a forma estática e final que conhecemos
hoje.[16]
A literatura ugarítica
tratava de mitos, contos e lendas. Por razão nesses achados arqueológicos foram
encontrados "uma ou duas orações, pelo menos um encantamento, e talvez um
hino".[17]
O texto das estórias é basicamente de caráter narrativo e por isso não pode ser
diretamente comparado com os textos poéticos hebraicos. Contudo há uma grande
sobreposição entre esses dois conjuntos de literatura: compartilham uma técnica
poética comum, que em muitos aspectos parece pertencer à mesma tradição de
versificação.[18]
Serviço
e extensão
Joseph Angus destacou
que “a excelência particular da poesia hebraica foi ter servido a mais nobre
das causas, a saber, a da religião, apresentando as mais elevadas e preciosas
verdades, expressas na linguagem mais apropriada”.[19] É
em busca dessas preciosas verdades da qual se referiu Angus, que o estudante das
Escrituras deve estudar o material poético contido ali. Mas, esse estudo não deve
ser um mero exercício técnico, ao contrário, deve ser conduzido com toda a
seriedade como de quem está em busca de tesouros espirituais maravilhosos.[20]Além
disso, deve ser demorado e exaustivo, isso porque a poesia ocupa uma porção
considerável na bíblia: “um terço do Antigo Testamento foi escrito em forma
poética, que se fosse impresso em sequência, teríamos um volume cuja extensão
total excederia o Novo Testamento”.[21]
Terminologia
James L Kugel observou que não existe no hebraico bíblico
uma palavra para “poesia”:[22]
Há um grande
número de classificações de gêneros na Bíblia - palavras para diferentes tipos
de salmos, hinos, músicas e arranjos corais; provérbios, jogos de palavras; maldições,
bênçãos, orações; histórias, contos, genealogias; leis, procedimentos cultuais;
discursos, exortações de intenção moral; oráculos, predições, consolação ou
repreensão - mas em nenhum lugar qualquer palavra é usada para agrupar gêneros
individuais em correspondências de blocos maiores como a "poesia" ou
"prosa"
Embora Kugel, em certo sentido esteja correto, é,
contudo possível defender que certas palavras hebraicas como מִִזְמֹר (Mizmor)
e מָשָׁל (Mashal)
são apropriadas para descrever o fazer poético.[23]
O
que é poesia?
Pode-se definir poesia como qualquer tipo de
linguagem verbal ou escrita que é estruturada ritmicamente e destina-se a
contar uma história, ou expressar qualquer tipo de emoção, ideia ou estado de
ser. É a “arte de criar imagens, de expressar emoções em que se combinam sons,
ritmos e significados”.[24] Seu
propósito “é instruir enquanto dá prazer”.[25] É
um gênero literário frequente em vários livros da bíblia, não apenas na chamada
literatura sapiencial como Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares, mas
também nos escritos dos profetas.[26]
Poesia
e prosa
Muitos autores têm colocado que a poesia é bem
delimitada em suas diferenças em relação à prosa. Há uma área de sobreposição, porém
é possível definir precisamente as diferença entre esses dois gêneros:
"...apesar de algumas combinações de tipos e indefinição das linhas de
demarcação, a prosa e a poesia são basicamente duas formas diferentes de usar a
linguagem".[27]
Além disso, certos elementos gramaticais são mais comuns na prosa do que na
poesia, esse é o caso das partículas hebraicas "'את" - (et) - que indica
o objeto direto definido, do pronome relativo "אשר"
– (asher), e do artigo definido "ה"
– (ha).[28]
Marcadores
rítmicos
Charles Biggs concordou com a opinião de Josefo,
Eusébio e Jerônimo de que a forma mais simples e antiga do verso hebraico era
medida por três acentos rítmicos: os trímetros (também havia a medida de cinco
acentos “pentâmetros” e de seis acentos “hexâmetros”).[29]
Mas discordava da opinião de Bickell que defendia que a métrica deveria ser
medida por sílabas, sem considerar a quantidade como na poesia siríaca, de modo que há
uma sucessão constante de sílabas acentuadas e não acentuadas, e, portanto,
iâmbicas ou tróficas[30] Biggs
acreditava que a poesia hebraica estava em um estágio mais avançado de
desenvolvimento do que a poesia siríaca. Ele lembrou inclusive que o maqqef (־)
foi usado no sistema massorético como um guia para a cantilação.[31] Mas
reconheceu que o uso desse sinal gráfico para a cantilação dependia de um uso
mais antigo para o ritmo.[32]
Os
trímetros
Para Biggs o padrão da poesia hebraica antiga era a
marcação de três acentos rítmicos. Ele ressaltou que embora existissem linhas
de dímetro, não havia nenhuma parte da poesia bíblia que fosse construída sobre
dímetros: “eles eram usados apenas para dar variação aos trímetros,
especialmente no começo e no fim de uma estrofe, ou onde fosse importante que
houvesse uma pausa no movimento do pensamento ou emoção.” [33]
Números 23.7-10, segundo Biggs, é o exemplo de
ocorrência dos trímetros no texto hebraico:[34]
וישׂא משׁלו ויאמר מן־ארם ינחני בלק מלך־מואב
מהררי־קדם לכה ארה־לי יעקב ולכה זעמה ישׂראל׃
מה אקב לא קבה אל ומה אזעם לא זעם יהוה׃
כי־מראשׁ צרים אראנו ומגבעות אשׁורנו הן־עם לבדד
ישׁכן ובגוים לא יתחשׁב׃
מי מנה עפר יעקב ומספר את־רבע ישׂראל תמת נפשׁי מות
ישׁרים ותהי אחריתי כמהו׃
O autor destacou que nessa passagem em algumas linhas
havia a marcação de três acentos rítmicos.[35]
Dispositivos
principais
Nesse tópico apresentaremos os dispositivos padrões
da poesia hebraica bíblica.
Ritmo
e paralelismo
O ritmo (métrica) e o paralelismo são para muitos
autores, as características principais da poesia bíblica.[36] Essa é a
opinião, por exemplo, de George Buchanan Gray.[37] Em suas palestras
sobre a poesia hebraica, Robert Lowth (1753) destacou haver três tipos de
paralelismo: sinônimo, antitético e sintético.[38]
No entanto, nos últimos anos baseado em parte nos estudos dos achados ugaríticos,
os estudiosos começaram a achar esse esquema simples demais. Eles passaram a
falar em paralelismo sintático (ordem das palavras) e semântico (significado
das palavras).[39]
O paralelismo sintático é mais difícil de representar em algumas línguas,
porque a ordem das palavras é muitas vezes difícil de ser traduzida de uma
maneira inteligível, mas o paralelismo semântico é mais fácil de ilustrar.[40]
Métrica
A métrica tem sido apresentada como uma forma de
ritmo. Assim, para se saber o que é métrica, deve-se primeiro saber o que é ritmo.[41] Então
vamos lá. O ritmo pode ser descrito como um padrão recorrente de sons.[42] Ele pode ser
marcado por um forte acento em uma palavra, pela sonoridade, pela afinação (uma
sílaba pronunciada em tom mais alto ou mais baixo que a norma) e pelo
comprimento (extraindo uma sílaba) etc.[43]Watson
comentou que a métrica não pode ser medida cientificamente pelo uso do
osciloscópio, mas apenas determinada linguisticamente.[44]
Ela pertence à estrutura superficial da linguagem e não a sua estrutura
profunda:[45]
Além disso, a métrica é um padrão sequencial de entidades abstratas, em outras
palavras, é um tipo de moldagem de uma linha (de verso) para se ajustar a uma
forma preconcebida composta de conjuntos recorrente.[46]
Paralelismo
sinônimo
O primeiro tipo de paralelismo é o sinônimo. Ocorre
quando o mesmo sentimento se repete em termos diferentes, mas com equivalência.[47] Exemplo,
Salmo 24.1[48]
לַיהוָה הֶאָרֶץ וּמְלוֹאֶהּ
Umëloah Haarets LaYHVH
תֵּבֵֹל וְיֹשְּׁבֵי בָהּ
Vah Veyoshevey Tevel
“Ao SENHOR pertence a terra e
tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”.
Paralelismo
antitético
O paralelismo antitético "é quando uma coisa é
ilustrada pelo seu contrário”. Por exemplo, sentimentos se opõem a sentimentos,
palavras a palavras etc.[49]
Vejam isso mais claramente em Provérbios 10.1:[50]
אָב־יְשַׂמַּח חָכָם בֵּן
Yësamach av
Chakham Ben
אִמּוֹ תּוּגַת
כְּסִיל וּבְן
Ymo Tagat Kesyl
Uven
“O filho sábio
alegra o seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe”.
Paralelismo
sintético
Nesse tipo de paralelismo as sentenças respondem
umas às outras, não pela interação da mesma imagem ou sentimento, ou pela
oposição de seus contrários, mas simplesmente pela forma de construção.[51]
Exemplo: Salmo
2.6[52]
מַלְכִּי נָסַתִּי וַַאַנִי
Malëky Nasakhëty
Vaany
קָדְשּׁי׃ חַר צִיּוֹן ־ עַל
Qadëshy Har
Tsyon Al
“Eu, porém,
constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”.
Merisma
Quando uma totalidade é
expressa de forma abreviada, estamos lidando com o merisma, por exemplo, a
expressão “corpo e alma” em Isaías 10.18, por exemplo, significa “a pessoa
inteira”.[53]
O ponto significativo é que no merisma, de qualquer forma não são os elementos
individuais que importam, mas, o que eles representam juntos como uma unidade.[54]
Veja, por exemplo, Isaías 1.6:[55]
מכף־רגל ועד־ראשׁ
Rosh Vead
Regel Mikaf
אין־בו מתם
Metom Bo Eyn
“Desde a planta do pé
até a cabeça
não
há nele coisa sã...”
Ironia
Em uma declaração irônica, o significado literal é precisamente o oposto do
que deve ser entendido. O principal problema da detecção da ironia na poesia
escrita é a falta de marcadores extralinguísticos, como gestos corporais e a
ausência de entonação que poderiam fornecer uma pista para a interação irônica.[56]
Isso é verdade, sobretudo, no hebraico antigo, ugarítico e acadiano. Em todo
caso, o contexto pode ser o melhor guia para apontar a presença da ironia. Esse é o caso de Amós 4.4-5:[57]
באו בית־אל ופשׁעו הגלגל הרבו לפשׁע והביאו לבקר זבחיכם לשׁלשׁת ימים
מעשׂרתיכם׃
וקטר מחמץ תודה וקראו נדבות השׁמיעו כי כן אהבתם בני ישׂראל נאם אדני יהוה׃
Harebu Hagilegal Ufisheu El Veyt Bou
Zivecheykhem Loboqer Vehavyu
Lifeshoa
Maeseroteykhem Yamym Lisheloshet
Nedavot Veqireu Todah Mechamets
Veqater
Yserael Beney Ahavetem Khen ky
Hashemyu
Yehvih Adonay Neum
“Vinde a Betel e transgredi, a
Gilgal, e multiplicai as transgressões; e, cada manhã, trazei os vossos
sacrifícios e, de três em três dias, os vossos dízimos; e oferecei sacrifício
de louvores do que é levedado, e apregoai ofertas voluntárias, e publicai-as,
porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse o SENHOR Deus”.
Compare o insulto direto em Amós
4.1:
“Ouvi esta
palavra, vacas de Basã”.[58]
Esticometria
e Estresse
Alguns estudiosos da poesia hebraica bíblica
preferem falar em unidades em vez de pés métricos (em um poema, mais especificamente num verso, muitas métricas usam
o pé como
a unidade básica na sua descrição do ritmo subjacente).[59] Cada
unidade tem um grande estresse (em linguística, o estresse é a ênfase relativa
que pode ser dada a certas sílabas em uma palavra, ou a certas palavras em uma
frase), que normalmente se enquadra em um verbo, substantivo ou adjetivo.[60]
As unidades se combinam para formar um membro, às vezes chamado de stichos (do
grego "linha"). Duas unidades é o número mínimo para a constituição
de uma linha, e geralmente não mais que três. As linhas então se combinam para
formar o componente maior do verso hebraico, chamado de distich (dístico), se
duas linhas estiverem envolvidas, e um tristich (trístico) se três. Segundo,
Hassel C. Bullock, o Salmo 19.1-2 ilustra isso:[61]
1-
Os
céus
E – o - firmamento
|
Estão
proclamando
Estão
anunciando
|
a-
Glória-
de- Deus
O – trabalho –de –suas - mãos
|
2
- Dia a dia
E
noite a noite
|
Derrama
declara
|
Discursa
conhecimento
|
Bullock explicou o gráfico acima como segue:[62]
As unidades
individuais da primeira linha (stich) número três, com três unidades
correspondentes na segunda linha. A primeira unidade, "os céus", tem
uma unidade correspondente "e o firmamento", na segunda linha, assim
como cada uma das outras unidades na linha um. Além disso, uma vez que cada uma
das unidades ou termos na linha 1 tem um termo correspondente na segunda linha,
este paralelismo é considerado completo
O autor ainda observou que as três unidades das duas
linhas do verso 1 podem ser diagramadas assim:[63]
a
|
b
|
c
|
A´
|
B´
|
C´
|
Mas ressaltou que esse esquema não faz justiça
ao paralelismo hebraico, já que o versículo 1 carrega ambiguidade, porque
"o firmamento” não “o trabalho de suas mãos” é o tema do verbo na linha
hebraica. Além disso, segundo ao autor, o versículo 2 processa o paralelismo
sintático da linha hebraica: “o verso 1b como apresentado dentro do parêntese
mostra a dificuldade de reproduzir a exata ordem hebraica na tradução, uma vez
que seguir essa ordem produz uma sentença ambígua”.[64] No
entanto, para Bullock o paralelismo semântico é outro assunto, ele explica:[65]
"os
céus" é um termo mais geral (Gn 1.1), enquanto a unidade paralela, "o
firmamento" é um termo mais específico para a extensão acima da terra (Gn
1.6-8). Da mesma forma, "a glória de Deus" é um termo mais geral e
"o trabalho de suas mãos" um termo mais específico a mesma ideia.
Embora sejam paralelos, eles não são estritamente sinônimos. Assim, o
paralelismo passou do geral para o específico. Dentro de cada unidade das
linhas acima, há uma tensão (acento) que recai sobre a ideia principal,
produzindo um padrão rítmico de 3:3
Estresse
Um elemento importante da métrica é o que Watson
chama de “estresse”. Essa é uma característica suprassegmental do enunciado.[66]
Por exemplo, uma sílaba tônica é pronunciada mais energicamente, muitas vezes
com um aumento no tom ou no volume:[67]
“O estresse funciona para enfatizar ou contrastar uma palavra ou para indicar
relações sintáticas”. O padrão do estresse na métrica hebraica pode ser
percebido no texto de Salmo 142.2a.:[68]
אֶזְעָק יְהוָה אֶל קוֹלִי
Ezëaq YHVH El
Qoly.[69]
“Derramo perante Yavé a minha
queixa”
No entanto, para alguns autores não há nenhuma
métrica na poesia hebraica bíblica.[70]
Para eles a única característica provada da poesia bíblica hebraica é o seu
paralelismo.[71]
Classificação
dos medidores esticométricos
A
seguir apresentaremos os nomes dos elementos que compõem a estrutura básica das
linhas em poesia.
Cólon -
Uma única linha. A unidade básica da poesia.[72]
Monocólon
- é uma linha sozinha dentro de uma estrofe. Pode ser definido como um único
cólon que não se coaduna com outro cólon. Embora, segundo Watson, em um sentido
amplo nenhum elemento de um poema esteja em isolamento total.[73]
Bicólon
- um par de linhas composto de duas linhas ou cola, geralmente (mas nem sempre)
em paralelo. A unidade de dois pontos pode ser tomada como padrão na poesia
hebraica.[74]
Tricólon
- um conjunto de três linhas (colas) formando um único todo.[75]
Tretacólon
- grupos de quatro colas (linhas).[76]
Pentacólon - grupo de
cinco linhas.[77]
Estrofe
- uma unidade de verso de uma ou mais cola (linha). O monocólon, bicólon,
tricólon e assim por diante são estrofes.[78]
Stanza
– Uma subseção de um poema: o poema é composto de stanzas e cada stanza
consiste em uma ou mais estrofes. Por exemplo, o poema em 2 Samuel 1.19-27
apresenta cinco stanzas:[79]
I-
19-20
II-
21-22a
III-
22b-23
IV-
24-25
V-
26-27a
Poema
- Uma unidade independente da poesia, como um salmo, um oráculo profético (Jr
9.17-21), um discurso (Jó 25) ou um acróstico (Pv. 31.10-31).[80] A
tabela a seguir ajudará a explicar o lugar dos elementos citados anteriormente:[81]
Cólon
|
___________________
|
|
Bicólon
|
cólon
cólon
|
|
Tricólon
|
cólon
cólon
cólon
|
|
Tretacólon
|
cólon
cólon
cólon
cólon
|
|
Estrofe
|
Monocólon/bicólon/
tricólon
|
|
Stanza
|
Estrofe I
Estrofe II
Estrofe III
|
|
Poema
|
Stanza I
Stanza II
Stanza III
Stanza IV
|
Dispositivos
sonoros
Nesse tópico serão
destacados os efeitos sonoros comuns no verso poético.
Assonância
É uma forma de repetição de vogais. Ocorre quando há
uma série de palavras contendo um som de vogal distinto ou certos sons de
vogais em uma sequência específica.[82] Exemplo,
Salmo 48.7(em alguns versões, será verso 8):
ברוח קדים תשׁבר אניות תרשׁיש
Beruach Qadyn
Teshaber Onyot Tareshysh
“Com vento oriental destruíste
as naus de Társis”
Aliteração
Trata-se do efeito produzido quando a mesma
consoante se repete dentro de uma unidade de verso.[83]
Exemplo Salmo 147. 13:[84]
בריחי ברך בניך בקרבך׃
Beqirebekh
Banaykh Berakh Berychey
“Pois ele reforçou
as trancas das tuas portas e abençoou os teus filhos, dentro de ti”
Rima
É quando duas palavras soam iguais. Essa identidade sonora
pode ser de vários graus: de quase perfeita a meramente aproximada.[85] Geralmente
alcançada pelo uso do mesmo sufixo ou terminando em cola sucessiva. Exemplo,
Isaías 33.22:[86]
שׂפטנוּ יהוה
Shofetenu YHVH
מחקקנו יהוה
Mechoqeqenu YHVH
מלכנו יהוה
Malekenu YHVH
“Porque o SENHOR é
o nosso juiz, o SENHOR é o nosso legislador, o SENHOR é o nosso Rei; ele nos salvará”.
Onomatopeia
Pode ser definida como a imitação de um som dentro
das regras da linguagem em questão. Ao contrário do mimetismo, a onomatopeia
depende da linguagem.[87]
Assim ela esta sujeita às variações causadas pela gramática, como Isaías 17.12
deixa evidente:
הוי המון עמים רבים-
Rabym Amym
Hamon Holy
|
כהמות ימים יהמיון
Yehemayun
Yamym Kahamot
|
ושׁאון לאמים
Leumym
Usheon
|
כשׁאון מים כבירים ישׁאון
Yshaun
Kabyrym Maym Kisheon
|
“Ai da multidão
dos grandes povos que bramam como bramam os mares e do rugido das nações que
rugem como rugem as impetuosas águas”.
Dispositivo
analógico
Neste tópico veremos um recurso muito usado em
linguagem poética, qual seja, a imagem.
Imagem
Como já dissemos, esse é um recuso muito utilizado
na poesia. Certo autor expressou a importância desse recurso com as seguintes
palavras: [88]
“no nível
técnico, a poesia está no seu melhor quando composta com economia, isto é,
quando o poeta exprime o máximo possível em poucas palavras. Para usar uma
analogia, isso corresponderia a um artista desenhando um esboço com um mínimo
de traços de lápis”
Uma imagem é uma figura
de linguagem que expressa alguma semelhança ou analogia: "a maioria das
imagens são metafóricas”, mas nem todas as metáforas ou comparações são
imagens.[89]
Existem algumas características que devem acompanhar uma imagem em poesia:
“devem ser concretas e relacionadas com o sentido, e não baseadas em conceitos
abstratos”. Vejamos como exemplo Miquéias 3.2-3:[90]
שׂנאי טוב ואהבי רעה גזלי עורם מעליהם ושׁארם מעל עצמותם׃
Atsemotam
Meal Usheeram Mealeuhem Oram Gozeley Raah Veohavey Tov Soneey
ואשׁר אכלו שׁאר עמי ועורם מעליהם הפשׁיטו ואת־עצמתיהם פצחו ופרשׂו כאשׁר בסיר
וכבשׂר בתוך קלחת
Qalachat
Betokh ukhevasar Basyr Kaasher Ufaresu Pitsech Atsemoteyhem Veet Hifeshytu
Mealeyhem Veoram Amy Sheer Akhelu Vaasher
“Os que aborreceis o bem e amais
o mal; e deles arrancais a pele e a carne de cima dos seus ossos;
que comeis a carne do meu povo, e
lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como
para a panela e como carne no meio do caldeirão”
Símile
Símile e metáfora se sobrepõem, até certo ponto
expressam a mesma coisa, mas de maneiras diferentes. De um modo geral, a símile
é mais óbvia que a metáfora, isso porque é mais explícita, ou porque a base de
comparação é realmente declarada.[91]
Em contraste, a metáfora é mais concisa e, ao mesmo tempo, mais vaga, podemos
ver isso em Jó 24.24:[92]
רומו מעט ואיננו והמכו ככל יקפצון וכראשׁ שׁבלת ימלו׃
Ymalu Shibolet
Ukherosh Yqafetsun Karol Vehumekhu Veeynenu Meat Romu
“São
exaltados por breve tempo; depois, passam colhidos como todos os mais; são
cortados como as pontas das espigas”.
Metáfora
A metáfora pertence ao
material da poesia, de modo que compreender a poesia envolve enfrentar expressões
metafóricas.[93]Dois tipos
de metáfora podem ser distinguidos: o referencial e o conceitual (semântico).
Referencial - metáforas
baseadas no que o poeta pode realmente ver ou visualizar. Por exemplo, Jeremias
12.10:
רעים רבים שׁחתו כרמי בססו את־חלקתי נתנו את־חלקת חמדתי למדבר שׁממה
Bosesu Kharemy Shichatu Rabym Roym
Cheleqat Et Natenu Cheleqaty Et
Shemamah Lemidebar Chemedaty
“Muitos pastores destruíram
a minha vinha e pisaram o meu quinhão; a porção que era o meu prazer, e a
tornaram em deserto”.
Aqui a imagem evocada é concreta.[94]
Conceitual - metáforas
desta classe são baseadas em imagens abstratas em vez de concretas.[95]
Hipérbole
É uma maneira de expressar
exagero de algum tipo em relação a tamanho, números, perigo etc.[96] A hipérbole é muito frequente no hebraico bíblico, por exemplo, em Isaías
48.19; Zacarias 9.3; Jó 27.16; Salmo 78. 27, entre outros.[97]
Uma combinação de símile e
metáfora pode formar uma expressão hiperbólica, como em Salmo 141.7:[98]
כמו פלח ובקע בארץ
Baarets
Uvoqea Foleach Kemo
נפזרו עצמינו
לפי שׁאול
Sheol Lefy Atsameynu Nifezeru
“Ainda que sejam espalhados os
meus ossos à boca da sepultura, quando se lavra
e sulca a terra”.
Dispositivos
gramaticais
Neste tópico veremos determinados
elementos da gramática que ocorrem com alguma frequência no texto poético do
Antigo Testamento.
Elipse
A forma mais significativa de uma elipse na símile
hebraica é a omissão da partícula comparativa.[99] Não há problema
real quando isso ocorre na primeira linha, mas sim na segunda, como em Salmo
36.7:[100]
צדקתך
כהררי־אל
El Keharerey
Tsideqatekha
משׁפטך תהום רבה
Rabah Tehom
Mishepatekha
“Como é
preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem
à sombra das tuas asas”.
Oximoro
É a junção de duas expressões que
são semanticamente incompatíveis, de modo que em combinação não possam ter uma
referência literal concebível à realidade. Por exemplo, “água seca”, etc.[101]
Quando duas palavras contraditórias são combinadas - como em "água
seca" a intenção é negar o aspecto molhado da água. O oximoro escolhe um
aspecto de uma coisa e a nega.[102]
Em geral o seu efeito é de um choque intelectual, como, por exemplo, em Provérbios
28.19:[103]
עבד אדמתו ישבע לחם
Lachem Yseba Ademato Oved
ומרדף ריקים ישבע ריש
Rysh Yseba Reqym Umeradef
“O que lavra a sua terra virá
a fartar-se de pão, mas o que se ajunta a vadios se fartará
de
pobreza”.
Princípios
para a interpretação da poesia
O intérprete da poesia
bíblica hebraica deve definir o texto e focar em uma unidade literária
independente.[104]Em
seguida é preciso determinar características formais do texto poético; se a forma
é um paralelismo é preciso saber de que tipo ele é, e em que medida afeta o
significado texto.[105]
O passo seguinte é procura por temas principais e motivos teológicos. Esses
elementos fornecerão informações importantes sobre a unidade literária. Uma vez
identificados devemos entendê-los a partir de uma perspectiva diacrônica e
sincrônica, isto é, sob o ponto de vista do desenvolvimento histórico e
literário.[106]
Mas, nem sempre será fácil identificar o contexto histórico da passagem.[107]
Entretanto, o intérprete deverá se esforçar para saber qual é o propósito do
autor ao usar certas imagens, metáforas, símiles, ironia, personificação e etc.[108]
É importante saber também qual o impacto que essa linguagem cultural específica
tem na interpretação.[109]
O intérprete deve estar atento no estudo da literatura profética dos
intercâmbios entre o literal e a hipérbole, bem como entre o literal e a
metáfora.[110]
No entanto, reconhecemos que mesmo que esses passos sejam tomados a
interpretação não será facilitada: durante séculos os comentaristas têm
abordado a poesia bíblica hebraica sem ignorar sua complexidade.
Conclusão
Esta pesquisa descreveu os elementos
formais da poesia hebraica bíblica. Foram destacados seus dispositivos gramaticais,
esticométricos, retóricos etc. Além disso, foram sugeridas algumas atitudes que
devem ser tomada ao se abordar a poesia hebraica bíblica. Todavia, em razão da
natureza deste trabalho não se abrangeu o assunto o tanto que se deveria, mesmo assim, espera-se que o leitor tenha sido
despertado a continuar seu estudo sobre esse fascinante tema.
REFERÊNCIAS
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2003.
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FREEDMAN, David Noel. Pottery, poetry, and prophecy an essay on
biblical poetry. In: Journal of Biblical Literature, Vol. 96, No.1, 1977.
GRAY, George Buchanan. The Forms of Hebrew Poetry: considered with special reference to the
criticism and interpretation of the Old Testament. Londres: Hodder and
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Iss. 2, Article 3. In: Leven, 2005.
KUGEL, James L. The idea of Biblical Poetry: parallelism and Its History. New Haven
and London: Yale university Press, 1981.
LOWTH, Robert. Lectures on the Sacred Poetry of the Hebrews. New York: Crocker & Brewster, e J. Leavitt,
No.182, 1829.
MiniAurélio Século XXI.
Editora Nova Fronteira, 2001.
SIMECEK, Karen; RUMBOLD, Kate. The
uses of Poetry. In: Changing English, 2016.
WATSON, Wilfred G. E. Classical Hebrew Poetry. In: Journal
for the study of the Old Testament - Supplemente Series 26, 1984.
[1]
GRAY, George Buchanan. The Forms of
Hebrew Poetry: considered with special reference to the criticism and
interpretation of the Old Testament. Londres: Hodder and Stoughton, 1915,
p.4-5.
[2]
GRAY, 1915, p.6-7.
[3] WATSON,
Wilfred G. E. Classical Hebrew Poetry.
In: Journal for the study of the Old Testament - Supplemente Series 26, 1984, p.1.
[4] BULLOCK,
C. Hassel. An Introduction to the Old
Testament Poetic Books. Chicago: Moody Press, 1988, p.31-32.
[5] BULLOCK,
1988, p.31-32
[6] LOWTH,
Robert. Lectures on the Sacred Poetry of
the Hebrews. New York: Crocker & Brewster, e J. Leavitt, No. 182, 1829,
p.11.
[7] SIMECEK,
Karen; RUMBOLD, Kate. The uses of Poetry.
In: Changing English, 2016, p.309.
[8]
Vejam também outro exemplo em Isaías 2.11-17, cf. GRENN, Jennifer. Reading poetic texts in Isaiah. Vol.13,
Iss. 2, Article 3. In: Leven, 2005, p.61.
[9] BULLOCK,
1988,p.32.
[10] WATSON,
Wilfred G. E. Classical Hebrew Poetry.
In: Journal for the study of the Old Testament - Supplemente Series 26, 1984, p.4.
[11] WATSON,
1984, p.5.
[12] WATSON,
1984, p.6.
[13] WATSON,
1984, p.6.
[14] WATSON,
1984, p.6.
[15] WATSON,
1984, p.6.
[16] WATSON,
1984, p.6.
[17] WATSON,
1984, p.6.
[18] WATSON,
1984, p.6.
[19]
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e
Interpretação da Bíblia. São Paulo: Hagnos, 2003, p.539.
[20]
CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOYTER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário Bíblico Vida Nova. São Paulo: Editora Vida Nova, 2009, p.688.
[21]
KAISER, Walter C.; SILVA, Moisés. Introdução
à Hermenêutica Bíblica. 2. ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009, p.83.
[22] KUGEL,
James L. The idea of Biblical Poetry:
parallelism and Its History. New Haven and London: Yale university Press, 1981,
p.69.
[23] LOWTH,
1829, p.38.
[24]
MiniAurélio Século XXI. Editora Nova Fronteira, 2001, p.578.
[25] LOWTH,
1829, p.9.
[26] FREEDMAN,
David Noel. Pottery, poetry, and
prophecy an essay on biblical poetry. In: Journal of Biblical Literature,
Vol. 96, No.1, 1977, p.5.
[27] FREEDMAN,
1977, p.6.
[28] FREEDMAN,
1977, p.6.
[29] BRIGGS,
Charles. Hebrew Poetry. In:
Hebraica, Vol .2, nº3. Chicago: The Universit of Chicago Press, 1886, p.164.
[30] BRIGGS,
1886, p.164.
[31] BRIGGS,
1886, p.164.
[32] BRIGGS,
1886, p.164.
[33] BRIGGS,
1886, p.164.
[34] BRIGGS,
1886, p.164-165.
[35] BRIGGS,
1886, p.165.
[36]
CARSON; FRANCE; MOTYER; WEMHAM, 2009, p.688.
[37] GRAY,
1915, p.3-4.
[38] LOWTH,
1829, p.154. Ver também: BULLOCK, 1988, p.32.
[39] BULLOCK,
1988, p.32.
[40] BULLOCK,
1988, p.32.
[41] WATSON,
1984, p.87.
[42] WATSON,
1984, p.87.
[43] WATSON,
1984, p.87.
[44] WATSON,
1984, p.87-88.
[45] WATSON,
1984, p.88.
[46] WATSON,
1984, p.88.
[47] LOWTH,
1829, p.157.
[48] O
texto hebraico usado aqui é da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (1997), SBBB. A
tradução livre é deste autor.
[49] LOWTH,
1829, p.161.
[50] O
texto hebraico usado aqui é da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (1997),
SBBB. A tradução livre é deste autor.
[51] LOWTH,
1829, p.162.
[52] O
texto hebraico usado aqui é da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (1997), SBBB. A
tradução livre é deste autor.
[53] WATSON,
1984, p.321.
[54] WATSON,
1984, p.321.
[55] O
texto hebraico é o citado por Watson, ver: WATSON, 1984, p.321.
[56] WATSON,
1984, p.306-307.
[57] O
texto hebraico é o citado pelo autor, ver: WATSON, 1984, p.307.
[58] WATSON,
1984, p.307.
[59] BULLOCK,
1988, p.32.
[60] BULLOCK,
1988, p.32.
[61] BULLOCK,
1988, p.32-33.
[62] BULLOCK,
1988, p.33.
[63] BULLOCK,
1988, p.33.
[64] BULLOCK,
1988, p.33.
[65] BULLOCK,
1988, p.33.
[66] WATSON,
1984, p.90.
[67] WATSON,
1984, p.90.
[68] WATSON,
1984, p.97.
[69] A
transliteração aqui não é rigorosa, isto é, não considera a forma
(sobrescrito/subscrito na transliteração) das vogais longas e breves
minuciosamente, mas está correta e pode funcionar com um auxílio para o leitor
menos experiente no hebraico bíblico. Assim, o texto hebraico usado nesta
pesquisa seguiu sempre transliterado, apenas em um caso isso não aconteceu.
[70] WATSON,
1984, p.109.
[71] WATSON,
1984, p.109.
[72] WATSON,
1984, p.12.
[73] WATSON,
1984, p.12.
[74] WATSON,
1984, p.12.
[75] WATSON,
1984, p.13.
[76] WATSON,
1984, p.13.
[77] WATSON,
1984, p.13.
[78] WATSON,
1984, p.13.
[79] WATSON,
1984, p.13.
[80] WATSON,
1984, p.14.
[81] WATSON,
1984, p.14.
[82] WATSON,
1984, p.222-223.
[83] WATSON,
1984, p.225.
[84] WATSON,
1984, p.226.
[85] WATSON,
1984, p.229.
[86] WATSON,
1984, p.231.
[87] WATSON,
1984, p.234.
[88] WATSON,
1984, p.251.
[89] WATSON,
1984, p.251.
[90] WATSON,
1984, p.251-252.
[91] WATSON,
1984, p.251-254-255.
[92] WATSON,
1984, p.251-255.
[93] WATSON,
1984, p.263.
[94] WATSON,
1984, p.264.
[95] WATSON,
1984, p.264.
[96] WATSON,
1984, p.316-317.
[97] WATSON,
1984, p.318.
[98] WATSON,
1984, p.319.
[99] WATSON,
1984, p.260.
[100]
O texto hebraico é o usado por Watson, ver: WATSON, 1984, p.260.
[101]
WATSON, 1984, p.312.
[102]
WATSON, 1984, p.312.
[103]
WATSON, 1984, p.313.
[104]
AUDIRSCH, Jeffrey. Interpreting Hebrew
Poetry. In: Journal for Baptist Theology e Ministry. Vol. 13; Nº. 2, 2006,
p.47.
[105]
AUDIRSCH, 2006, p.48.
[106]
AUDIRSCH, 2006, p.48.
[107]
AUDIRSCH, 2006, p.48.
[108]
AUDIRSCH, 2006, p.49.
[109]
AUDIRSCH, 2006, p.49.
[110]
AUDIRSCH, 2006, p.49.